domingo, junho 04, 2006

Só quero o que é meu!


Quero-te
Egoísticamente
Total e absolutamente
Quero-te
Sem meiguices
Quero-te inteiro
E pedaço a pedaço
Quero-te de qualquer maneira
Sem maneiras Quero-te
Aqui e agora
Na urgência do instante
Sem pudores
Com desplante
Quero-te
E querendo-te
Só quero o que é meu!
(Encandescente in Só quero o que é meu)

quarta-feira, abril 12, 2006

Descanso

Já cá faltava uma foto do meu paraíso.

Vou lá descansar,
pois é o único lugar, além do teu ombro, que me faz sentir em casa.

(Foto:CSal - o meu paraíso - Pisão)

domingo, abril 09, 2006

Abre a janela


"Lá em cima há planícies sem fim
Há estrelas que parecem correr
Há o sol e o dia a nascer
E nós aqui sem parar numa terra a girar"




Vou descer pelo teu telhado
abre a janela e deixa-me entra por ela.

Quero percorrer todas as planícies do teu corpo,
apanhar todas as estrelas que me dás,
suar sob o calor que emanas,
acordar com o teu toque
e girar girar girar em teu corpo sem parar.



(Foto: CSal - Alentejo 2006)

terça-feira, abril 04, 2006

Guardando o Sol

Sol

Ilumina-me
e a minha sombra seguirá
os caminhos por ti desenhados.

Aquece-me
nos tempos frios,
e eu celebrar-te-ei em suor.

E deixa-me guardar-te
dentro de mim,
...assim, quando não estiveres,
serei eu a iluminar as nossas ruas
e a aquecer a minha pele.

(Foto: CSal - Alentejo, 2006)

Espera

(Foto: CSal - Alqueva, 2006)

segunda-feira, abril 03, 2006

Mergulho


(Foto: CSal - Alqueva - 2006)

sábado, abril 01, 2006

Primavera


(Foto: CSal - Alentejo, 2006)

domingo, março 12, 2006

Douro

Miguel Torga chamou o Douro de Poema geológico

A Terra
(Miguel Torga)
....
Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!
....
(Foto: CSal, 2006 Junto à foz do Tua)

quinta-feira, março 09, 2006

Maria Criada - Maria Senhora

A todas as mulheres.. porque hoje também é dia delas

Disse adeus aos pais, adeus à montanha
Por trinta dinheiros desceu à cidade
Maria-criada para servir às ordens,
Maria-mulher de menor idade.

Maria tão só numa casa cheia,
Maria tão cheia de se sentir só
Entrega o seu corpo, quer criar raízes
Oferece amor e recebe dó.

Maria que chora, que se entrega a outros,
E a cada domingo não os vê voltar,
Maria que aprende a usar o corpo
Por mais dez dinheiros, para se enfeitar

Perdida por um, perdida por mil
A família longe, sem saber de nada,
Maria-senhora para servir à hora,
Veste-se de seda, já não é criada.

Carlos do Carmo
Composição: Tozé Brito
(Foto: CSal - 2005 - Génova)

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Entre gritos de luzes,

lágrimas vão caindo...
Quem chora?
(Foto: Tirada por um marinheiro do Creoula.... algures no Mediterrâneo, 2004)

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Enredada em ti



Que rede é esta que me prende?
quem a teceu? será que fui eu?
será que fui caçada?
ou me deixei caçar?

Que dôr é esta que em mim se entranha?
ficarão as tuas marcas na minha pele?
Porque não me deixas respirar,
nem voar, nem sonhar?

Vou saltar.
Presa não quero ficar,
mas tentarei a ti me agarrar
e contigo voar e sonhar.

Mas se o chão alcançar
continuarei a andar
e procurarei nova rede
em que possa respirar
e voar e sonhar
para nela me enredar.

(Foto: Aaron HaWks, 2005)

domingo, janeiro 29, 2006

Meia-noite

É meia-noite
E não preciso fugir
É meia noite e sou tua
A ti me entrego

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Frio


Está frio,
Vou ficar ali à tua espera,
à espera que faças das minhas, as tuas mãos,
à espera que elas me envolvam
Que me aqueçam,
Como já me aqueceste em noites frias.

Vou imaginar que te respiro
E que te levo comigo
Que te levo para longe daí
Que te trago para aqui
Para onde o meu corpo te chama
Para que me aqueças
E para que me aquencendo
Te aqueças também.

Nesta noite...
Nesta noite, está frio,...
mas eu aqueço-me
aqueço-me contigo
e aqueço-te em mim.

(CSal) (Foto: Autor desconhecido)

terça-feira, janeiro 17, 2006

Presa

Estou aqui.... Deste lado....Presa

Presa... presa a ti
Presa ao teu olhar que não vejo
Presa ao silêncio das palavras que não dizes.

Estou presa
Presa aos sonhos que, na tua ausência, tenho contigo
Presa ao sabor dos beijos que não me dás
Presa ao teu sabor, sabor de pele que não toco.

Estou presa a ti... mas não abandonada.
Sobram reflexos.. pequenos reflexos...
Sobram dos raios que teimas em esconder,
através das barras com que me prendes.

Sei que estás aí .. aí...
do outro lado...
mesmo aqui ao lado..
(CSal)
(Foto: CSal - Algarve 2006)

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Fix me & I will Fix you

Fix You
(Coldplay)

When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
Or you love someone but it goes to waste
Could it be worse
....
High up above and down below
You're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
Just what you're worth
...
Tears stream down your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face and I
Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face and I

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
(Foto: Autor Desconhecido)

A terra leva-nos por terra

mas tu, mar,
levas-nos pelo céu.
(Juan Jimenez)
(Foto: CSal, Madeira - 2005)

Diz Baixinho

(CSal)

Ando
por aí
por aqui
Se me vires
Se me encontrares
Se achares que sou eu
Diz-me ao ouvido... que és tu
Não vá eu andar distraída, e não te ver
Mas diz baixinho... para não me assustares.
(Foto: CSal - 2001)

Eu nasci p´ra ser Gaivota

Segredos
(Paulo Valentim)

Meu amor, porque me prendes?
Meu amor, tu não entendes?
Eu nasci p´ra ser Gaivota.
Meu amor , não deseperes
Meu amor, quando me queres
fico sem rumo e sem rota.

Meu amor eu tenho medo
de te contar um segredo
que trago dentro de mim
sou como as ondas do mar
ninguém as sabe agarrar.
Meu amor, eu sou assim.

Fui amada, fui negada
fugi e fui encontrada
sou um grito de revolta.
Mesmo assim, porque me prendes?
meu amor tu não entendes
Eu nasci p´ra ser Gaivota.
(Foto: CSal, 2005)

sexta-feira, novembro 18, 2005

Eterno

... a ti me entrego, meu anjo

Eterno
(Pedro Barroso)
Quero que gostes de Pina Baush, ou até já nem gostes,
queiras mais queiras diferente;
que gostes da cor e do risco forte de Miró
e do canto desiludido e fundo de Ferré;
quero que aprecies os cheiros sensíveis da eternidade
do grande bruto grande e do pequeno sensível e pequeno;
quero que mores nas páginas da Photo e que, sendo um modelo de virtudes
representes a cortesã mais lassa para mim;
quero-te com mãos de pedra e de veludo;

quero que ames o chique e a Serra d'Aire
- mais o safari que a recepção,
quero que mores e sofras nas páginas de Guido Crepax
e que te irrites com a perfeição absoluta de um retrato de Medina
quero que, se possível vivas dentro do anúncio de Martini
felina e ondulante numa ilha tropical
quero que sejas capaz de divertir-te, de soltar uma ampla gargalhada,
ante o espectáculo ridículo e obsceno de um homem de Quinhentos
a quem atribuíssem um número de contribuinte.

quero que ames o longe e a miragem, como o Régio
e que sejas louca e sábia
que tenhas lábios e mordas,
língua e sorvas, sexo e sexes, salto e salto, riso e rias,
sorvedouro inteiro de vida, arrepio de garça, sacudir de cisne,
passos de corsa, graça de arlequim,
pose de Diva, corpo de areia e luz.

E quero que me dês, me dês muito, que me dês tudo,
e que abras as janelas de par em par ao Tejo
e fecundes um poema em cada gesto
e voes como a gaivota em cada espreguiçar
e partas para a Índia em cada cacilheiro
e que sejas, mores, vivas e creias
longe
muito longe daqui...

Quero que sejas profundamente minha e ritual
obsessiva e lúcida, doente, febril, tremendo de desejo
disposta a tudo e a mais e a muito mais,
boca de Mundo, seios de Mármore, corpo de Alfazema
e sobretudo Mulher e sobretudo amante.
Se existires assim, nua, inteira, absoluta e pessoal
responde-me
que eu fico aqui, eterno, à tua espera.

Toda a pessoa precisa ...

..de uma mão para segurá-la e um coração para entendê-la..
(Foto: CSal Quadro de Rembrandt no Rijksmuseum - Amsterdam, 2005)

sábado, fevereiro 19, 2005

"Tulúm"


(Fotos:CSal, Tulum-México - 2003)

Si este silencio hablara
sus palabras se harían de piedra
Si esta piedra tuviera movimiento
sería mar
Si estas olas no fueran prisioneras
serían piedras
en el observatorio
Serían hojas
convertidas en llamas circulares
De algún sol en tinieblas
baja la luz que enciende
a este fragmento de un planeta muerto
Aquí todo lo vivo es extranjero
y toda reverencia profanación
y sacrilegio todo comentario
Porque el aire es sagrado como la muerte
como el dios
que los muertos veneran en esta ausencia
Y la hierba se prende y prevalece
sobre la piedra estéril comida por el sol
--centro del tiempo padre de los tiempos
fuego en el que ofrendamos nuestro tiempo
Tulúm está de cara al sol
Es el sol
en otro ordenamiento planetario
Es núcleo
de otro universo que fundó la piedra
Y circula su sombra por el mar
La sombra que va y vuelve
hasta mudarse en piedra

José Emilio Pacheco

Mao amiga - Podemos fazer a diferença


http://www.makepovertyhistory.com/

Um menino que apanhava estrelas

Era uma vez um escritor que morava numa praia tranquila, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhas ele caminhava a beira do mar para se inspirar, e a tarde ficava em casa escrevendo.
Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
"Por que está a fazer isso?" - perguntou curioso o escritor.
"O amigo nao ve! - explicou o jovem - A maré está baixa e o sol está forte. Elas irao secar e morrer se ficarem aqui na areia."
O escritor espantou-se:
"Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Voce pôe umas poucas ao oceano. A maioria vai morrer de qualquer forma".
O jovem pegou mais uma estrela na praia, colocou de volta no oceano, e olhou para o escritor.
"Para esta eu fiz a diferença...".
Naquela tarde o escritor nao conseguiu escrever, nem sequer descançar.
Pela manha do dia seguinte, voltou a praia, encontrou o jovem e juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Longe daqui



(Foto: CSal, Tulum-México - 2003)

Mar Português


(Foto:CSal - Açores 2001)

(Fernando Pessoa)

Ó mar salgado, quanto do teu sal
Sao lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas maes choraram,
Quantos filhos em vao rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

mergulhouro


(Foto: CSal no Creoula - Mediterraneo - 2004)

Saudades


(Foto: CSal, Saudades de marinheiros no Creoula - 2004)
saudade
"falta inexplicável, uma nostalgia indescritível e enigmática da alma”
"yearning or longing"

(Nick Cave)

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Ligada a ti

Into My Arms

(NICK CAVE)


I don’t believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I don’t believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that’s true
But If I did would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms, O Lord...

But I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candles burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Into my arms, O Lord....

(Foto: CSal, Creoula - 2004)

domingo, fevereiro 13, 2005

Sorriso


Um alento para quem o entende.
Não se compra, não se vende.
Só tem valor quando o damos livremente
Não se rouba, nem se empresta
Tem que brotar naturalmente
Como refrescante água d’uma nascente.

( para começar, ....nada melhor que um sorriso... o melhor sorriso do mundo)

(Foto: CSal - António, 2005)